Crise de transporte em Cuba: Mais da metade das rotas provinciais está paralisada

52% das rotas das empresas provinciais de transporte estavam paralisadas.

Transporte público en Cuba © CiberCuba
Transporte público em CubaFoto © CiberCuba

O governo cubano reconheceu a crise do transporte no país, revelando que mais da metade das rotas provinciais estão paralisadas, conforme foi informado nesta terça-feira durante a sessão do Parlamento cubano.

Eduardo Rodríguez Dávila, ministro dos Transportes (Mitrans), indicou que, ao final de abril, 52% das rotas das empresas provinciais de transporte estavam paralisadas, conforme informou o jornal oficial Granma.

O ministro explicou que, das rotas provinciais ativas, 86% operam com apenas um viagem pela manhã e outra à tarde.

Rodríguez admitiu que a situação é mais crítica nas províncias de Camagüey, Granma, Villa Clara, Ciego de Ávila, Holguín, Matanzas e Artemisa.

Os deputados também tomaram conhecimento de que, para 2024, o plano prevê 1.306 milhões de passageiros e, até abril, já foram alcançados 908 milhões.

No entanto, segundo o Granma, existe uma tendência “ao decréscimo no transporte de passageiros no país”.

Justificou essa situação com "a deterioração do coeficiente de disponibilidade técnica e as limitações de combustível".

Os parlamentares também foram informados de que, de acordo com os resultados da verificação realizada nas empresas de transporte do país, durante 2023, chegaram a Cuba 2.268.118 volumes, com maior incidência na Correos de Cuba, Aerovaradero e Transcargo.

No entanto, Ailyn Febles Estrada, vice-presidente da Comissão de Atendimento aos Serviços da Assembleia Nacional do Poder Popular, reconheceu que existem problemas com o transporte dos pacotes.

Nesse sentido, ele reconheceu que as dificuldades estão na alocação e no abastecimento de combustível, o que impacta na demora no transporte de volumes de Havana para os municípios, afetando de maneira significativa a qualidade dos serviços, conforme informou o Granma.

Recentemente, o governante Miguel Díaz-Canel reconheceu a desastrosa situação do transporte em Cuba, mas afirmou que se trata de um fenômeno ligado à crise mundial.

Durante o programa do YouTube "Desde la Presidencia", que ele mesmo apresenta, o governante afirmou que o setor está enfrentando os "piores momentos dos últimos anos".

Um exemplo disso é que, em junho último, circularam pelas redes sociais imagens que mostravam dezenas de cubanos aguardando até cinco dias na lista de espera da terminal de ônibus de Havana.

Captura do Facebook / Yosmany Mayeta

O jornalista Yosmany Mayeta postou uma galeria onde eram mostradas várias pessoas de todas as idades, incluindo crianças pequenas, dormindo no chão da Terminal Villa Nueva em Havana.

No outro extremo da rota, na cidade de Santiago de Cuba, a situação não é muito diferente.

A crise do transporte em Cuba é tão grave que as pessoas nesta cidade oriental pagam até 1.500 pesos para se inscrever em uma lista de espera clandestina que existe na estação de trens para poder viajar.

Captura do Facebook / Yosmany Mayeta

Uma das afetadas, chamada Esther, denunciou ao jornalista Mayeta as dificuldades que enfrentaram para conseguir sair da província.

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