O oficial de polícia de origem cubana e residente nos EUA, Sergio Rodríguez Beristain, criticou a recente proposta do congressista Carlos Giménez, que solicitou ao governo de Donald Trump a proibição de voos e remessas para a ilha.
Rodríguez Beristain indicou que se trata de uma medida que já foi testada no passado sem nenhum sucesso em derrubar o regime, e que o único resultado foi trazer mais dificuldades para os cubanos comuns.
“Isso é chover no molhado. Isso é como o carro que está patinando na lama, se mexe, mas não avança [...] O que vão conseguir com isso? Se isso já foi feito há anos", disse em um vídeo publicado em seu perfil no Facebook.
Rodríguez lamenta que, em vez de afetar o poder político na ilha, essa estratégia continuará atingindo os setores mais vulneráveis em Cuba.
“Simplesmente não vai funcionar, por quê? Porque quem realmente sofre, como sempre, é o povo cubano comum, que está envelhecido, cheio de carências e sem recursos, as crianças com câncer ou com doenças crônicas, os idosos e, claro, as mulheres grávidas, as mães solteiras”, destacou.
Uma Estratégia Fracassada
Rodríguez denuncia a repetição de políticas ineficazes promovidas há mais de seis décadas, como o embargo econômico e a Lei Helms-Burton.
Na sua opinião, essas medidas apenas agravaram as condições de vida do povo cubano e não tiveram nenhum efeito significativo no enfraquecimento do regime castrista.
“Adotar as mesmas medidas que não funcionam repetidamente e perpetuar esse ciclo vicioso? Ou é um negócio ou simplesmente estão zombando de vocês. Isso é uma zombaria. Quem vai sofrer como sempre é o povo cubano comum, sem recursos, que não pode fazer nada. O que vão fazer com um povo que está envelhecido, sem recursos, empobrecido e desarmado? O que vão fazer?” questionou.
Manipulação política do voto cubano-americano
Rodríguez Beristain diz que não se identifica nem como democrata nem como apoiador de Donald Trump, mas afirma que os políticos republicanos exploraram essas políticas como ferramentas eleitorais.
Segundo ele, não se trata de uma verdadeira intenção de mudança, mas de uma estratégia política para ganhar votos.
"Essas estratégias estão obsoletas, não vão funcionar e estão apenas justificando o voto que obtiveram dos cubano-americanos republicanos", afirmou.
Segundo Beristain, o sofrimento do povo cubano tem sido, há décadas, uma moeda de troca eleitoral.
"A Lei Helms-Burton, o embargo e a suspensão das viagens e remessas a Cuba só serviram para três coisas: manipular emocionalmente os cubano-americanos republicanos para obter seus votos; estabelecer-se no poder uma vez que o conquistam; repetir a mesma fórmula com diferentes candidatos republicanos e reiniciar esse ciclo político vicioso", indicou.
Chamado a uma nova estratégia
A conclusão de Rodríguez é clara: repetir uma fórmula fracassada não trará resultados diferentes.
Faz um apelo urgente para que sejam criadas políticas mais inteligentes, mais humanas e com reais possibilidades de mudança:
“Sólo resta uma solução: buscar estratégias novas e mais progressistas para uma mudança. Os Estados Unidos têm essa capacidade e não a estão explorando porque preferem apaziguar os eleitores e manipulá-los, em vez de enfrentá-los com a verdade", concluiu.

Incluso Mauricio Claver Carone, enviado especial dos EUA para a América Latina, expressou reservas: “São ferramentas antigas, diria. Acredito que podemos ser mais criativos, mas obviamente entendo e vem de um bom lugar.”
A proposta de Giménez reaviva um antigo e profundo debate dentro da diáspora cubana: como confrontar um regime ditatorial sem fazer o povo que já vive sob seu jugo pagar o preço?
No entanto, nas últimas horas, o congressista cubano-americano Carlos Giménez defendeu publicamente a carta que esta semana enviou ao Departamento do Tesouro dos EUA, na qual solicita a suspensão das viagens e das remessas para Cuba.
Quando questionado se essas medidas não acabarão prejudicando mais o cidadão comum do que o próprio governo cubano, Giménez foi categórico: “Estão afetados porque existe uma ditadura, temos que eliminar a ditadura. A quem estamos atacando é a ditadura, não ao povo cubano”, enfatizou.
“É difícil, mas às vezes é necessário tomar medidas drásticas para alcançar o que se deseja no final, e o final é, já, a eliminação deste regime e a liberdade para o povo de Cuba”, disse
Perguntas frequentes sobre a suspensão de voos e remessas para Cuba
Por que Sergio Rodríguez Beristain critica a suspensão de voos e remessas para Cuba?
Sergio Rodríguez Beristain critica a suspensão de voos e remessas para Cuba porque considera que essas medidas apenas agravam as condições de vida do povo cubano sem enfraquecer o regime. Afirma que essas políticas já foram testadas no passado sem sucesso e apenas trouxeram mais sofrimentos aos setores mais vulneráveis da ilha.
Qual é a postura do congressista Carlos Giménez sobre a suspensão de voos e remessas para Cuba?
El congresista Carlos Giménez defende a suspensão de voos e remessas para Cuba com o argumento de que essas ações privariam o regime de recursos usados para oprimir o povo cubano. Giménez sustenta que cada voo e remessa beneficia o regime e defende a interrupção de todas as fontes de receita provenientes dos Estados Unidos.
Qual seria o impacto da suspensão de voos e remessas para os cubanos residentes nos EUA?
A suspensão de voos e remessas representaria um golpe duro para os vínculos familiares entre cubanos nos EUA e seus entes queridos na ilha. Muitos cubanos no sul da Flórida dependem de enviar dinheiro, medicamentos ou visitar seus familiares em Cuba, e a medida também poderia afetar economicamente pequenas e médias empresas nos EUA que dependem desses serviços.
Quais alternativas Sergio Rodríguez Beristain propõe para enfrentar o regime cubano?
Sergio Rodríguez Beristain propõe buscar estratégias mais inteligentes, humanas e com verdadeiras possibilidades de mudança para enfrentar o regime cubano. Critica a repetição de políticas ineficazes e faz um apelo para elaborar novas políticas que realmente possam gerar uma mudança em Cuba.
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