Poseído por um frenesi “criativo”, Sandro Castro, o “jovem revolucionário” neto do ditador Fidel Castro, lançou outro vídeo em suas redes sociais para parabenizar o 64º aniversário da Organização de Pioneiros José Martí (OPJM) e o 63º da União de Jovens Comunistas (UJC).
Conhecido em Cuba como o “dia da infância e da juventude”, a data foi celebrada nesta sexta-feira em meio à pior crise econômica dos 66 anos do regime comunista cubano, marcada por uma crescente pobreza, uma preocupante escassez de alimentos e medicamentos, e a desesperança generalizada na população, especialmente entre os mais jovens, que tem impulsionado milhões de cubanos a embarcar em um triste e doloroso êxodo migratório.
Alheio a esta tragédia nacional, o neto do ditador voltou às suas andanças e publicou uma de suas novas e provocativas criações audiovisuais, mixando seu personagem de vampiro com outro de pirata, mas sem dispensar sua inseparável companhia: as bebidas alcoólicas, o rum e a Cerveza Cristal (Kristash, no léxico particular do guanajo).
Enquanto Miguel Díaz-Canel e seu governo celebravam o aniversário das organizações comunistas criadas por seu avô e encarregadas do adoctrinamento dos mais jovens, Sandro Castro parodyava um filme de piratas em cima de uma embarcação precária, semelhante às utilizadas por milhares de balseros cubanos para emigrar para os Estados Unidos.
Sin importar o mais mínimo a dor de milhares de cubanos que perderam entes queridos nessa perigosa travessia, que choraram a separação forçada de familiares empurrados a emigrar pela fome, a pobreza, o medo e a desesperação, o “filhinho de papai” que agora parece chorar a separação de sua namorada, teve a audácia de parodiar uma história de piratas, com suas habituais doses de absurdo e estupidez.
“Feliz dia do estudante. Os jovens unidos e preparados superam as dificuldades. Novela ‘Pirata nas Antilhas’”, disse Sandrito em sua conta de Instagram, acompanhando suas felicitações com o vídeo humilhante.
Centenas de milhares de jovens cubanos não têm garantida uma boa alimentação, vivem na pobreza que os impede de comprar itens de primeira necessidade, não têm acesso a uma educação de qualidade, são reprimidos e encarcerados se protestam, muitos caem nas dependências das drogas, são obrigados a trabalhar ou sobrevivem com a única esperança de emigrar.
Pero o “jovem revolucionário” Sandro Castro, empreendedor, proprietário de bares e “rei da noite” habanera, fez uma zombaria cruel sobre uma balsa, bebendo rum e cerveja, soltando seu habitual repertório de besteiras ao grito de “¡Somos igualdad!”.
“Os jovens unidos e preparados vencemos as dificuldades”, disse insolente o mequetrefe Sandro, o resultado perfeito do experimento do “homem novo” que foi realizado por seu delirante avô.
Entre o desgoberno de Díaz-Canel, a desfaçatez de GAESA e a insolência de Sandro Castro mal há diferença. Enquanto as políticas do primeiro e os investimentos do segundo desenham e implementam um projeto socioeconômico de capitalismo de Estado, oligarquias, dolarização e repressão extrema, Sandrito “normaliza” o espírito desses tempos através de suas "criações".
A zombaria ao povo cubano é cada vez mais grotesca. Os poderosos do regime vão lentamente se despindo das máscaras, disfarçando entre slogans e propagandas a apropriação do país. Mas Sandro joga em outras ligas: sua zombaria é direta, cortante e provocadora. Nada detém esse moleque a quem o regime deixa pastar à vontade para desviar a atenção de suas atrocidades.
Sandro Castro se sente impune, intocável, e de certo modo, realmente está. Até que se torne rentável sacrificá-lo em nome da proteção dos interesses de outros poderosos do regime. Ou até que uma sacudida de realidade o faça recuperar a conexão entre suas neurônios depilados.
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