O opositor cubano José Daniel Ferrer fez neste fim de semana um apelo urgente à comunidade internacional para que se solidarize com os setores mais vulneráveis da população cubana, em meio ao que classificou como uma “emergência humanitária” agravada pela repressão do regime.
Em uma mensagem divulgada nas redes sociais, Ferrer denunciou que desde o passado 1º de abril forças repressivas do regime cubano mantêm um cerco rigoroso ao redor de sua residência em Santiago de Cuba, com o objetivo de impedir a distribuição de alimentos e atendimento médico básico a pessoas em situação de extrema necessidade.
“Ao sair da prisão em 16 de janeiro deste ano, após três anos e meio de isolamento total e arbitrário, constatei que centenas de idosos, doentes e pessoas vulneráveis correm o risco de morrer por falta de alimentação adequada ou assistência médica”, declarou Ferrer.
Desde então, junto com sua esposa, a doutora Nelva Ortega, e um grupo de colaboradores, tem tentado aliviar essas carências apesar das constantes detenções, ameaças e confiscações sofridas por parte da Segurança do Estado e da Polícia Nacional Revolucionária.
O líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU) e presidente do Conselho para a Transição Democrática em Cuba, destacou que o assédio contra seu trabalho humanitário não é novo.
Recordou que em 2021 viveram um cerco semelhante que se estendeu por 26 dias e que só foi levantado após uma greve de fome em massa, a intervenção de líderes religiosos e pronunciamentos de apoio do exterior. Meses depois, foi encarcerado.
Diante da repetição dessas táticas repressivas, Ferrer convidou representantes da Igreja Católica, delegações diplomáticas de países democráticos acreditados em Cuba, igrejas evangélicas e pessoas de boa vontade a visitar sua casa para constatar diretamente a situação que enfrentam.
“Em Cuba, pessoas estão morrendo de desnutrição e falta de atendimento médico diante dos olhos de um mundo que continua a ser pouco solidário com o povo que sofre a opressão da mais longa e cruel ditadura do Hemisfério Ocidental”, expressou.
O ativista reiterou seu pedido de apoio internacional e solicitou pressão diplomática sobre o regime cubano, ao qual responsabiliza por impedir até mesmo o acesso dos mais necessitados à ajuda humanitária básica.
A repressão não o detém: Ferrer continua ajudando os necessitados em Santiago
Desde sua libertação em 16 de janeiro de 2025, após quase três anos e meio em prisão, José Daniel Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU), intensificou seus esforços para fornecer assistência humanitária às pessoas mais vulneráveis em Santiago de Cuba.
Junto à sua esposa, a doutora Nelva Ismaray Ortega, têm fornecido alimentos e atendimento médico básico a dezenas de cidadãos em situação precária.
No entanto, essas ações têm sido alvo de uma repressão crescente por parte do regime cubano.
A finais de fevereiro de 2025, Ferrer denunciou que a Segurança do Estado e a Polícia Nacional Revolucionária intensificaram o assédio contra seu entorno, citando, ameaçando e detendo pessoas que costumavam frequentar sua residência. Além disso, foram relatadas apreensões arbitrárias de bens pessoais e vigilância constante ao redor de sua casa.
Em março, a situação se agravou quando o regime organizou atos propagandísticos em frente à sede da UNPACU no bairro Altamira, utilizando docentes e estudantes universitários obrigados a participar.
Paralelamente, Ferrer e sua equipe continuaram seu trabalho humanitário, conseguindo alimentar mais de mil pessoas em um único dia graças ao apoio de cubanos exilados.
Apesar dos esforços da UNPACU, a crise alimentar em Santiago de Cuba persiste. Muitas pessoas necessitadas não se lembram da última vez que receberam produtos básicos como frango, peixe ou ovos através da cadernetas de abastecimento.
El 1 de abril de 2025, Ferrer denunciou um cerco repressivo ao redor de sua residência, com a presença de agentes da Polícia Nacional Revolucionária e efetivos da Segurança do Estado, que hostilizam as pessoas que tentam se aproximar em busca de ajuda.
Esta situação gerou indignação na comunidade internacional. O governo dos Estados Unidos expressou sua rejeição ao assédio policial contra Ferrer e as pessoas que recebem ajuda da UNPACU, instando o regime cubano a proteger seus cidadãos em vez de reprimi-los.
Estas ações refletem um padrão de repressão sistemática por parte do regime cubano em relação aos opositores e ativistas que buscam aliviar as penúrias da população, evidenciando a difícil situação dos direitos humanos na ilha.
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