Trump culpa Biden e Zelenski pela invasão russa: “Nunca teria ocorrido se eles não tivessem manipulado as eleições”

"Escutem, quando se começa uma guerra, deve-se saber que pode-se ganhá-la. Não se começa uma guerra contra alguém vinte vezes maior e depois espera-se que as pessoas te deem mísseis", disse Trump sobre Zelenski, a quem acusou de estar sempre desejando comprar mísseis americanos.


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu esta segunda-feira a polêmica ao responsabilizar novamente seu antecessor, Joe Biden, e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pela invasão russa à Ucrânia.

Segundo Trump, o conflito nunca teria ocorrido se as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2020 não tivessem sido "fraudadas".

Captura de tela Truth Social / @realDonaldTrump

“La guerra entre Rússia e Ucrânia é uma guerra de Biden, não minha. Eu acabei de chegar, e durante os quatro anos do meu mandato não tive nenhum problema para evitar que ocorresse. O presidente Putin, e todos os outros, respeitavam seu presidente!”, disse Trump em uma publicação de sua rede Truth Social.

Apesar de suas repetidas promessas de campanha de que seria capaz de pôr fim à guerra iniciada por Putin em 24 horas assim que chegasse ao poder, nesta segunda-feira o mandatário voltou a descartar sua responsabilidade em um conflito que começou após a invasão da Crimeia em 2014 – acrescido da posterior guerra de baixa intensidade promovida por Putin em territórios do Donbás – e afirmou estar “trabalhando incansavelmente para que cessem a morte e a destruição”.

“Se as eleições presidenciais de 2020 não tivessem sido MANIPULADAS — e realmente foram, de muitas maneiras — essa horrível guerra nunca teria ocorrido. O presidente Zelenski e o corrupto Joe Biden fizeram um trabalho absolutamente terrível ao permitirem que essa tragédia começasse. Havia muitas formas de evitar que isso acontecesse", disse o republicano que, durante seu primeiro mandato, não tomou providências e deixou que a Rússia intensificasse o conflito e se preparasse para sua invasão em grande escala de fevereiro de 2022.

Estas declarações ocorrem após o ataque com mísseis russos na cidade ucraniana de Sumy durante o Domingo de Ramos, que deixou pelo menos 34 mortos e mais de 100 feridos.

Em declarações à imprensa a partir do Air Force One, Trump classificou o ataque como um "erro", sem condenar diretamente a Rússia nem Putin. Essa postura gerou críticas, inclusive do presidente Zelenski, que convidou Trump a visitar a Ucrânia para testemunhar a devastação causada pela guerra.

Este lunes, durante o recebimento oficial na Casa Branca ao presidente de El Salvador, Nayib Bukele, o mandatário americano insistiu em sua acusação a Zelenski de ter "começado a guerra", uma falsidade que os especialistas atribuem às campanhas de desinformação do Kremlin que têm influenciado a atual administração.

"Zelenski está sempre buscando comprar mísseis. Escutem, quando alguém começa uma guerra, deve saber que pode ganhá-la. Não se começa uma guerra contra alguém vinte vezes maior e depois espera-se que as pessoas te dêem mísseis", disse Trump.

Zelenski respondeu às declarações de Trump, afirmando que o presidente americano "vive em uma bolha de desinformação". A tensão entre ambos os líderes aumentou, especialmente após Trump excluir a Ucrânia das negociações de paz entre os Estados Unidos e a Rússia realizadas em Riad, e classificar o líder ucraniano de "ditador sem eleições".

A comunidade internacional condenou o ataque em Sumy, qualificando-o como um crime de guerra. Líderes europeus, como o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, têm instado a impor sanções mais severas contra a Rússia e a reforçar o apoio à Ucrânia.

Enquanto Trump continua promovendo sua narrativa de que a guerra é consequência das decisões de Biden e Zelenski, a situação na Ucrânia permanece crítica, com a população civil sofrendo as consequências dos ataques russos e da falta de uma resolução imediata para o conflito.

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