En uma mensagem divulgada nesta segunda-feira através do site oficial da Presidência e do Governo de Cuba, o governante Miguel Díaz-Canel Bermúdez convocou os cubanos a marchar no próximo Primeiro de Maio em defesa dos “avanços” do socialismo, apesar da aguda crise econômica que atinge a ilha.
El texto, titulado Mensagem aos Trabalhadores e ao Povo de Cuba, destaca o “orgulho” de ter mantido as celebrações do Dia Internacional do Trabalho, mesmo “em meio às mais severas carências”.
Díaz-Canel assegura que a nação caribenha continua “resistindo e criando”, apesar dos ataques do “poder imperial” que, segundo ele, busca apagar Cuba do mapa político.
Durante seu chamado, o mandatário reconheceu as dificuldades que o país enfrenta, mas insistiu em colocar o embargo dos Estados Unidos como principal responsável pelo deterioro da vida na ilha, sem fazer alusão às políticas internas e erros de gestão que agravaram a crise.
“Demonstramos mais uma vez que não estamos vivos e de pé porque o maior inimigo do povo cubano assim o quis. Estamos vivos, de pé, resistindo e criando, pela vontade das cubanas e cubanos”, afirmou Díaz-Canel, em uma exortação a preencher as praças apesar das quedas de energia, da escassez de alimentos, medicamentos e transporte, e do crescente êxodo migratório.
O governante apelou ao legado de Fidel Castro, lembrando seu chamado a agir com “sensibilidade ao momento histórico” e a “mudar tudo o que precisa ser mudado”, em um contexto onde a frustração social e as críticas ao regime aumentaram consideravelmente.
A convocação ocorre enquanto o país enfrenta uma de suas piores crises em décadas, com a produção agrícola em queda, desabastecimento crônico de produtos básicos, cortes de eletricidade prolongados e um peso cubano em queda livre em relação ao dólar no mercado informal.
Apesar disso, Díaz-Canel reiterou a necessidade de "celebrar a resistência" e marchar "por esse mundo melhor possível que Cuba quer e merece".
A mensagem termina com um apelo à unidade, à independência e à luta contra o bloqueio e o “fascismo que retorna”, em um discurso que busca reanimar o apoio popular em meio a um contexto de crescente descontentamento social.
Perguntas Frequentes sobre o Discurso de Díaz-Canel e a Situação em Cuba
O que propõe Díaz-Canel para enfrentar a crise econômica em Cuba?
Díaz-Canel propõe "resistir criativamente" como estratégia para enfrentar a crise econômica em Cuba. Esta resistência se baseia na rebeldia, na força e na inovação, embora muitos críticos considerem que falta a implementação de medidas práticas e eficazes para resolver os problemas estruturais do país.
Qual é a justificativa de Díaz-Canel para a crise atual em Cuba?
Díaz-Canel culpa principalmente ao bloqueio econômico dos Estados Unidos pela crise em Cuba. Segundo ele, esse bloqueio é a causa principal das dificuldades econômicas e energéticas que afetam o país. No entanto, muitos críticos apontam a falta de gestão e reformas internas como fatores chave da crise.
Como a população cubana reagiu às declarações de Díaz-Canel?
A população cubana tem demonstrado um crescente descontentamento e ceticismo em relação às declarações de Díaz-Canel. Muitos cidadãos sentem que o discurso do governo está desconectado da realidade e que as promessas de melhoria carecem de um plano de ação claro. A frustração tem se manifestado em protestos e críticas nas redes sociais.
Qual é a postura do governo cubano em relação às marchas do Primeiro de Maio?
O governo cubano insiste em manter as marchas do Primeiro de Maio como uma demonstração de apoio popular ao regime. Apesar da crise econômica e energética, o governo destina recursos a essas mobilizações, muitas vezes vistas como uma obrigação política para os cidadãos, mais do que uma celebração espontânea.
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