Régimen cubano libera o ativista Ángel Cuza, detido desde 2022

Ángel Cuza, ativista cubano, foi libertado após mais de dois anos preso por acusações questionadas por opositores.

Angel CuzaFoto © Facebook

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O ativista e repórter independente Ángel Cuza Alfonso foi libertado após passar mais de dois anos na prisão por acusações que organizações de oposição qualificaram de fabricadas e motivadas politicamente.

A libertação foi confirmada neste sábado nas redes sociais pela ativista Thais Franco, que em abril de 2021 foi detida junto com ele em uma protesto pacífico na rua Obispo de Havana.

“Minha gente, acabou de sair da prisão nosso valente irmão, Ángel Cuza. Graças a Deus”, escreveu em uma publicação no Facebook.

Publicação no Facebook

Ángel Cuza foi preso em dezembro de 2022 em uma loja da Habana Vieja, quando estava na fila para comprar frango. Segundo o próprio depoimento do ativista, agentes da polícia o detiveram após falsas acusações de perturbação da ordem pública, supostamente por portar “bastões e pedras”, algo que ele negou categoricamente e que vários testemunhas também desmentiram.

O Tribunal Municipal Popular de Centro Habana o condenou em novembro de 2023 a um ano e seis meses de prisão junto com outros dois jovens: Lázaro Rolando Kessel Barrueto e Yasser Rivero Bonn.

Cuza denunciou que o julgamento esteve repleto de irregularidades, com a presença majoritária de simpatizantes do regime e sem que todos os acusados tivessem representação legal.

Colaborador do meio independente CubaNet, tem sido alvo constante de vigilância e perseguição política por parte das autoridades cubanas devido às suas denúncias sobre a repressão, a crise humanitária na ilha e o deterioro das liberdades fundamentais.

Como mencionamos antes, em 2021 Cuza já havia sido preso por participar na protesto de 30 de abril na rua Obispo, em apoio ao artista Luis Manuel Otero Alcántara. Naquela ocasião, foi libertado em janeiro de 2022 após vários meses detido.

Perguntas frequentes sobre a soltura de presos políticos em Cuba

Por que foi preso o ativista Ángel Cuza?

Ángel Cuza foi preso por acusações de "alteração da ordem pública" enquanto estava na fila para comprar frango em Havana. De acordo com seu testemunho e o de várias testemunhas, as acusações de portar "cacetetes e pedras" foram falsas e fabricadas pelo regime cubano.

O que significa a liberação de Ángel Cuza para o movimento opositor cubano?

A excarcerização de Ángel Cuza é vista como uma vitória moral diante da repressão do regime cubano. Ativistas e organizações de direitos humanos consideram que sua liberação é uma resposta a pressões internas e externas em uma tentativa do governo de melhorar sua imagem internacional.

Que irregularidades foram denunciadas nos processos contra ativistas em Cuba?

Os julgamentos contra ativistas em Cuba têm sido marcados por irregularidades, de acordo com as denúncias dos próprios acusados e seus defensores. Foi apontada a falta de representação legal adequada e a presença dominante de simpatizantes do regime nos tribunais, o que compromete a imparcialidade judicial.

Quais condições enfrentam os presos políticos libertados em Cuba?

Os prisioneiros políticos libertados em Cuba enfrentam condições restritivas sob um "benefício de liberdade condicional antecipada", que implica demonstrar "bom comportamento". Se não cumprirem essas condições, podem ser reencarcerados a qualquer momento.

Que críticas surgiram sobre o processo de libertação de presos políticos em Cuba?

Varias organizações de direitos humanos classificaram o processo de libertação como "opaco, incompleto, injusto e fraudulento". Elas apontaram que muitos dos libertados são criminosos comuns e não prisioneiros políticos, e que as condições de liberação não garantem a liberdade plena nem evitam novas detenções.

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