Lavrov assegura que a Rússia e Cuba “estão do lado certo da história”

Lavrov enfatiza o apoio cubano no conflito da Ucrânia e sua futura adesão ao BRICS.


O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguéi Lavrov, afirmou que seu país e Cuba "estão do lado certo da história" em um recente artigo para a mídia em comemoração ao 65.º aniversário do restabelecimento das relações diplomáticas russo-cubanas.

"A Rússia e Cuba estão do lado certo da história", escreve o chanceler ao abordar a cooperação entre Moscovo e Havana.

"Fico satisfeito em constatar que, apesar da distância geográfica, nossos países estão unidos pelos fortes laços de fraternidade comprovados pela experiência de muitos anos de cooperação no espírito de uma parceria estratégica", afirmou Lavrov.

Alegou que o líder da Revolução cubana, Fidel Castro, fez muito para desenvolver as relações bilaterais, assim como para "consolidar nos assuntos mundiais os valores da paz, liberdade, verdade e justiça".

Da mesma forma, o chefe da diplomacia russa lembrou "com carinho" suas reuniões com Fidel Castro: "O mítico comandante não deixava de demonstrar precisão em seus julgamentos, o entendimento profundo dos acontecimentos na arena internacional, seus amplos conhecimentos e sua perspicácia", disse.

Além disso, o ministro destacou que Moscovo "valoriza a contribuição de Cuba na luta contra o nazismo, inclusive a ajuda das organizações democráticas, laborais e sindicais da ilha que enviaram produtos e mercadorias essenciais à URSS" durante os anos da Grande Guerra Pátria.

"Atesoramos a memória dos cubanos que combateram nos fronts da Grande Guerra Pátria, longe de sua terra natal". Em concreto, Lavrov menciona "Jorge Vivó, que lutou em um destacamento guerrilheiro perto de Leningrado, seu irmão Aldo Vivó, que caiu defendendo o pequeno terreno conhecido como palmo do rio Neva, e também Enrique Vilar, que se ofereceu na batalha pela liberação da Polônia".

No obstante, não mencionou o recrutamento de cubanos para a guerra contra a Ucrânia; em vez disso, agradeceu a Havana pelo seu apoio "no contexto da guerra híbrida desencadeada pelo Ocidente contra a Rússia".

"Hoje, Cuba é um aliado confiável em termos de política externa e um parceiro prioritário da Rússia na América Latina", destaca.

O alto diplomata está convencido de que "a adesão de Cuba ao BRICS como Estado parceiro a partir de 1º de janeiro de 2025 também contribuirá para o fortalecimento da coordenação na esfera da política externa".

A publicação ocorre após várias visitas de Lavrov à ilha desde o início da guerra na Ucrânia e coincide com a visita que o mandatário Miguel Díaz-Canel está realizando em Moscou.

No dia 4 de abril, o vice-primeiro-ministro russo Dmitri Chernishenko prometeu que seu país "ajudará a alcançar a soberania, o bem-estar econômico e a prosperidade" da Ilha.

A promessa chega em um momento crítico para o castrismo, que atende a todos os critérios para ser considerado um Estado falido, exceto o de perder o controle territorial.

Perguntas frequentes sobre as relações entre Cuba e Rússia

Por que Lavrov afirma que a Rússia e Cuba estão do "lado certo da história"?

Lavrov afirma que a Rússia e Cuba estão do "lado certo da história" porque ambos os países compartilham uma aliança estratégica baseada na cooperação e nos valores de paz, liberdade, verdade e justiça. O chanceler russo ressalta a fraternidade histórica e a colaboração contínua em assuntos internacionais entre Moscovo e Havana.

Qual é a importância da adesão de Cuba ao BRICS?

A adesão de Cuba ao BRICS como Estado parceiro, a partir de 1 de janeiro de 2025, é significativa porque fortalecerá a coordenação na política externa entre Cuba e Rússia, e potencialmente oferecerá a Cuba novas oportunidades econômicas e diplomáticas por meio desta importante aliança internacional.

Como influencia a relação entre Cuba e Rússia na política internacional atual?

A relação entre Cuba e Rússia tem um impacto significativo na política internacional atual. Ambos os países reforçaram sua aliança estratégica em resposta ao isolamento diplomático que enfrentam, especialmente a Rússia devido à guerra na Ucrânia. Cuba tem apoiado as posições russas no conflito ucraniano, o que gerou críticas da comunidade internacional e uma maior dependência de Havana em relação a Moscovo.

O que implica a visita de Díaz-Canel à Rússia em 2025?

A visita de Díaz-Canel à Rússia em 2025 ocorre em um contexto de celebração pelo 80º aniversário da vitória sobre o fascismo e o 65º aniversário do restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Esta visita reflete o aprofundamento da dependência de Cuba em relação à Rússia, tanto econômica quanto política, em meio a uma crise interna na ilha e a um isolamento internacional crescente.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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