O Departamento de Estado dos Estados Unidos atualizou na data de 12 de maio seu alerta de viagem para a Venezuela, reafirmando sua advertência de Nível 4: Não viajar.
Em seu aviso, o escritório que dirige o secretário de Estado, Marco Rubio, destacou que os cidadãos americanos enfrentam um risco extremamente alto de detenção injusta, tortura, terrorismo e sequestro se estiverem naquele país sul-americano.
A nova atualização, qualificada pelo próprio organismo como uma "reiteração e ênfase do perigo extremo", reforça a mensagem que Washington mantém desde 2019, quando foi ordenada a retirada do pessoal diplomático americano de Caracas e a suspensão total dos serviços consulares.
“Não viaje nem permaneça na Venezuela”, enfatizou o documento oficial, que instou todos os cidadãos americanos e residentes permanentes legais a abandonar o país de imediato, incluindo aqueles que se encontram lá com passaportes venezuelanos ou outros documentos de viagem.
Segundo a advertência, a detenção arbitrária de cidadãos americanos é uma das ameaças mais graves. O comunicado detalhou que as forças de segurança venezuelanas chegaram a manter cidadãos americanos detidos por anos, sem acesso a advogados, visitas consulares ou contato com familiares.
“O governo dos EUA não pode fornecer assistência de emergência nem consular na Venezuela. Não tem como se comunicar com os cidadãos detidos nem pode garantir sua liberação”, destacou o texto.
Às ameaças legais e políticas soma-se um ambiente altamente inseguro, marcado por uma criminalidade violenta generalizada, falta de serviços médicos básicos e uma infraestrutura precária. A escassez de gasolina, eletricidade, medicamentos e água potável persiste em boa parte do território venezuelano, agravando a vulnerabilidade de qualquer visitante estrangeiro.
As autoridades americanas também alertaram sobre a presença de grupos armados irregulares, incluindo organizações terroristas colombianas, que operam nas áreas de fronteira com a Colômbia, Brasil e Guiana.
Por si não bastasse, o Departamento de Estado mencionou que é especialmente perigoso viajar à noite entre cidades ou do Aeroporto Internacional de Maiquetía para Caracas, assim como utilizar táxis não regulamentados ou caixas eletrônicos nessas áreas. Até mesmo entrar na Venezuela sem visto válido pode significar uma detenção indefinida sem contato consular.
O documento recomendou a aqueles que, apesar dos avisos, decidirem permanecer ou viajar para a Venezuela, preparar testamentos, contratar seguros de evacuação médica e estabelecer protocolos de comunicação do tipo "prova de vida" com familiares ou empregadores, em caso de sequestro ou detenção.
Além disso, a Administração Federal de Aviação (FAA) emitiu avisos que restringem voos civis sobre o espaço aéreo venezuelano, devido aos riscos à segurança.
Este tipo de advertência não é novo. Em anos anteriores, Washington emitiu alertas semelhantes. Em março de 2019, após a retirada do pessoal diplomático, CiberCuba reportou o fechamento da embaixada em Caracas e a suspensão de serviços consulares.
Em janeiro do mesmo ano, Trump também pediu aos cidadãos americanos que evitassem qualquer viagem ao país fabricante de petróleo. E em dezembro de 2016, o Departamento de Estado já havia instado os norte-americanos a saírem da Venezuela diante da crescente instabilidade.
A persistência desses alertas confirma que a situação na Venezuela continua deteriorando-se, sem garantias para a integridade física ou legal dos cidadãos estrangeiros.
Esta nova advertência do Departamento de Estado é publicada dias depois que um grupo de opositores venezuelanos refugiados na Embaixada da Argentina em Caracas conseguram sair do país e chegar aos Estados Unidos.
O fato foi descrito pelo secretário de Estado como um “resgate”, embora o regime de Nicolás Maduro sustente que se tratou de um acordo negociado, segundo CNN.
O grupo, vinculado à líder opositora María Corina Machado, permaneceu asilado durante quase um ano após ser acusado de participar em um suposto complô para derrubar o presidente venezuelano, que perdeu clamorosamente nas urnas, foi declarado vencedor nas últimas eleições e lançou uma brutal ofensiva repressiva contra opositores e ativistas da sociedade civil.
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