Ciego de Ávila sobrevive com menos da metade da água que necessita

A cidade necessita de 600 litros por segundo para se abastecer, mas recebe apenas 280. As turbinas que poderiam aliviar a crise continuam paradas por falta de fio de importação.

Bairros avileños sofrem períodos de pelo menos sete dias sem águaFoto © Facebook/Empresa de Acueducto e Alcantarillado

Vídeos relacionados:

A cidade de Ciego de Ávila recebe apenas 280 litros de água por segundo, quando precisa de pelo menos 600 para cobrir a demanda básica de sua população, enquanto duas bombas que poderiam duplicar o fornecimento continuam sem instalação, paradas em uma oficina na província de Mayabeque por falta de arame importado.

A diretora geral de Aqueduto e Esgotamento, Miroslava Reyes González, confirmou ao jornal Invasor que as turbinas de 100 litros por segundo cada uma deveriam ser instaladas em San Fernando, ao sul da cidade, mas ainda permanecem em uma oficina em San José de las Lajas, “pois ainda não se conta com o fio de importação para esses trabalhos”.

Com apenas 46% do fluxo necessário, o ciclo de distribuição não pode ser inferior a sete dias e Reyes admitiu que, nas condições atuais, reduzi-lo é impossível. A situação obriga a dedicar o dia de abastecimento não apenas à entrega de água pela rede, mas também a desobstruções urgentes e ao uso de caminhões-pipa para chegar a lares desconectados.

A precariedade também se reflete na cidade de Morón, onde 362 fossas continuam pendentes de limpeza porque dos 13 equipamentos disponíveis, apenas cinco estão operacionais. Os demais estão fora de serviço devido à falta de pneus e baterias, informou o jornal.

Lá a situação é igualmente tensa. Atualmente, estão sendo abertas ruas no bairro Villamil para instalar novos tubos de alta densidade e renovar o sistema de esgoto deteriorado, “que contribuirão para a evacuação de águas residuais e maior eficiência no drenagem da cidade”, apontou Invasor em um relatório anterior.

Além disso, busca-se reativar a estação de recalque da rua Gonzalo Marín e estão sendo realizados trabalhos de desobstrução, remoção de entulhos e manutenção das redes hidrosanitárias na área delimitada pelas ruas Liberdade e Padre Cano, em face da iminência da temporada de ciclones e da possibilidade de chuvas intensas associadas a fenômenos meteorológicos.

As autoridades insistem que estão fazendo esforços, mas a falta de insumos básicos e a dependência quase absoluta de peças importadas deixam milhares de avileños com um direito elementar afetado: o acesso regular e digno à água potável.

Em março, tornou-se conhecido que as autoridades prorrogaram para nove dias o ciclo de distribuição de água na cidade de Ciego de Ávila, uma medida que afetou diretamente a vida cotidiana de seus habitantes e que reflete a gravidade da crise hídrica que o território enfrenta.

A decisão, que visa aliviar a escassez de água no município, foi imposta diante da redução do fluxo nas principais fontes e da queda no desempenho dos equipamentos de bombeamento.

O passado mês de abril foi o mais seco já registrado em Ciego de Ávila desde 2008, com precipitações abaixo de 30 % da média histórica, de acordo com dados preliminares do Centro Meteorológico Provincial, que alertou sobre o agravamento da seca na região.

Este déficit se soma a uma tendência sustentada de baixa pluviosidade no último lustro, devido à diminuição das precipitações na região. A província central enfrenta uma crise desde 2021: 35 dos últimos 51 meses (69%) tiveram chuvas inferiores aos registros históricos.

Perguntas frequentes sobre a crise hídrica em Ciego de Ávila

Qual é a situação atual do abastecimento de água em Ciego de Ávila?

A cidade de Ciego de Ávila recebe apenas 280 litros de água por segundo, quando precisa de pelo menos 600 para atender à demanda básica de sua população. Essa situação se agrava pela falta de instalação de duas bombas, devido à carência de fio de importação, o que impede dobrar o fornecimento de água necessário para a cidade.

Por que não estão sendo instaladas as bombas de água necessárias em Ciego de Ávila?

As duas bombas que poderiam aumentar o fornecimento de água em Ciego de Ávila estão paradas em uma oficina devido à falta de fio de importação necessário para sua instalação. Essa situação reflete a dependência de peças importadas e a falta de recursos que dificultam as soluções para a crise hídrica.

Como a crise hídrica afeta o dia a dia dos habitantes de Ciego de Ávila?

Devido à insuficiência de água, o ciclo de distribuição não pode ser inferior a sete dias, o que obriga a utilizar caminhões-pipa para levar água a lares desconectados do sistema. Além disso, a escassez impacta a qualidade de vida, dificultando tarefas cotidianas básicas e gerando preocupação entre a população.

Que medidas estão sendo tomadas diante da seca em Ciego de Ávila?

Para enfrentar a seca, foi implementado um ciclo de distribuição de água de 24 horas a cada nove dias, utilizando diferentes fontes de abastecimento e priorizando as áreas mais afetadas. No entanto, a falta de recursos e a dependência de importações limitam a eficácia dessas medidas.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

OSZAR »