EUA impõe sanções a funcionários cubanos pelo caso de Luis Robles

Os EUA sancionam juízes e promotores cubanos pela detenção de Luis Robles, destacando a falta de independência judicial em Cuba.


O Governo dos Estados Unidos impôs nesta quarta-feira sanções contra quatro funcionários judiciários cubanos —três juízes e uma promotora— pela sua implicação na detenção e condenação arbitrária do jovem manifestante Luis Robles Elizástigui, que foi encarcerado em 2020 após protestar pacificamente em Havana com um cartaz que pedia liberdade e o fim da repressão.

Os sancionados são a procuradora Yanaisa Matos Legrá e os juízes Gladys María Padrón Canals, María Elena Fornari Conde e Juan Sosa Orama, todos vinculados ao Tribunal Provincial Popular de Havana, informou o Departamento de Estado em um comunicado.

A medida impõe restrições de entrada nos Estados Unidos tanto para esses funcionários quanto para seus familiares imediatos.

"Como resultado, esses funcionários do regime e suas famílias não são elegíveis para ingressar nos Estados Unidos. Os quatro trabalham no Tribunal Provincial Popular de Havana, onde supervisionaram a acusação, a condenação e a sentença de Robles Elizástigui em nome do regime", esclarece o comunicado.

Elizástigui foi preso por apoiar pacificamente o rapper cubano Denis Solís e condenado a cinco anos de prisão pelos crimes de 'propaganda inimiga' e 'desobediência'.

"Os juízes e promotores que agem como agentes do regime —e não como parte de um poder judiciário independente— desempenham um papel crucial nessas detenções e persecuções arbitrárias", ressalta.

Acrescenta que os juízes sancionados "são responsáveis pelos processos legais simulados que visam, condenam e sentenciam injustamente pessoas por expressões pacíficas e ativismo. Isso também se aplica à re-detenção de prisioneiros políticos que são devolvidos à prisão por motivos fúteis, como é o caso de José Daniel Ferrer e Félix Navarro".

Um alto funcionário do Departamento de Estado afirmou que essa ação "reafirma o compromisso da Administração Trump de responsabilizar aqueles que violam os direitos humanos em Cuba".

Também destacou que juízes e promotores, longe de representar um poder judiciário independente, atuam como agentes do regime cubano e são responsáveis por processos judiciais politizados e arbitrários.

Luis Robles foi libertado em janeiro de 2025 após cumprir a maior parte de sua pena. O caso foi amplamente denunciado por organizações internacionais, e em 2022, o Grupo de Trabalho sobre a Detenção Arbitrária da ONU qualificou sua prisão como arbitrária e injusta.

O Departamento de Estado lembrou que o jovem foi processado unicamente por portar um cartaz com a frase: “Liberdade, não + repressão, #FreeDenis”. “Essa resposta desproporcional evidencia a intolerância do regime em relação à dissidência e a falta de liberdades fundamentais na ilha”, apontou.

A Administração Trump reiterou seu apoio ao povo cubano e sua intenção de usar todas as ferramentas disponíveis para defender seus direitos e promover a responsabilização dos funcionários envolvidos em abusos.

“Estas sanções são uma mensagem clara: aqueles que participarem da repressão não ficarão impunes”, concluiu o comunicado.

Perguntas frequentes sobre as sanções dos EUA a funcionários cubanos pelo caso Luis Robles

Por que os EUA sancionaram funcionários cubanos no caso de Luis Robles?

Os Estados Unidos sancionaram funcionários judiciais cubanos por sua implicação na detenção e condenação arbitrária do manifestante Luis Robles, que foi encarcerado em 2020 por protestar pacificamente em Havana. Esta medida visa responsabilizar aqueles que violam os direitos humanos em Cuba.

Quem são os funcionários cubanos sancionados pelos EUA?

Os sancionados são a procuradora Yanaisa Matos Legrá e os juízes Gladys María Padrón Canals, María Elena Fornari Conde e Juan Sosa Orama, todos vinculados ao Tribunal Provincial Popular de Havana. Essas sanções implicam restrições de entrada nos Estados Unidos tanto para eles quanto para seus familiares imediatos.

Qual foi o motivo da detenção de Luis Robles?

Luis Robles foi preso por se manifestar pacificamente em Havana com um cartaz pedindo liberdade e o fim da repressão, apoiando o rapper cubano Denis Solís. Foi condenado a cinco anos de prisão sob as acusações de "propaganda inimiga" e "desobediência", o que foi amplamente criticado por organizações de direitos humanos.

Qual é a postura dos EUA em relação aos direitos humanos em Cuba?

A Administração dos Estados Unidos reafirmou seu compromisso de responsabilizar aqueles que violam os direitos humanos em Cuba, utilizando todas as ferramentas disponíveis para defender os direitos do povo cubano. Os EUA condenam a repressão e a falta de liberdades fundamentais na ilha, instando à libertação de todos os presos políticos.

Como foi a libertação de Luis Robles?

Luis Robles foi liberado sob liberdade condicional após cumprir a maior parte de sua pena. Embora esteja em casa, as restrições impostas limitam sua liberdade de movimento e expressão. Seu caso se tornou um símbolo da luta pela liberdade de expressão em Cuba.

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