O colapso energético em Cuba continua a agravar-se. A União Elétrica (UNE) informou nesta quinta-feira que o país enfrenta um elevado déficit na geração de energia elétrica, o que tem obrigado a manter os apagões em massa nas últimas 24 horas.
A situação acendeu o descontentamento social, com novas manifestações relatadas no leste do país.
Segundo o relatório oficial, a maior afetação registrada na quarta-feira atingiu 1.578 megawatts (MW) às 21h, coincidindo com o horário de maior demanda.
Durante a madrugada desta quinta-feira, o serviço de eletricidade permaneceu interrompido em grande parte do território nacional. A disponibilidade do sistema às 7:00 da manhã era de apenas 1.810 MW, muito abaixo dos 2.940 MW que o país demanda em condições normais.
A afetação atual é de 1,144 MW, enquanto para o meio-dia estima-se um impacto de 1,080 MW.
No pico noturno, espera-se um alarmante déficit de 1.520 MW, com uma afetacão prevista de até 1.570 MW.

Esta lacuna reflete a grave crise estrutural do sistema elétrico cubano, que acumula décadas de deterioração, escassez de combustível e falta de investimento.
Principais ocorrências
Está parada a unidade 2 da termoelétrica Felton.
Outros cinco blocos das plantas Santa Cruz, Cienfuegos, Nuevitas e Renté estão em manutenção.
Além disso, estão fora de serviço por falta de combustível 44 centrais de geração distribuída com 291 MW. Além disso, estão afetados 169 MW pela falta de óleo em motores da geração distribuída, totalizando 460 MW afetados.
As limitações na geração térmica são de 289 MW. Enquanto isso, a produção de energia dos 12 novos parques solares fotovoltaicos chega apenas a 1.369 MWh.
Por outro lado, a produção de energia dos 12 parques solares fotovoltaicos atinge 1.369 MWh.
A Empresa Elétrica de Havana publicou uma nova programação de cortes na capital, que afetará por blocos os diferentes municípios entre as 10h e a meia-noite.
A distribuição é a seguinte:
Bloque #3: das 10:00 às 14:00
Bloque #4: das 11:00 às 15:00
Bloque #5: das 15:00 às 19:00
Bloque #1: das 19:00 às 23:00
Bloque #2: das 20:00 às 00:00
Esta medida, que busca repartir o impacto do déficit, gerou indignação em setores da população que já sofrem com jornadas de até 20 horas sem eletricidade.
Na edição de quarta-feira do programa Mesa Redonda, o diretor da UNE, Alfredo López Valdés, reconheceu a gravidade da situação.
"Há longas horas de apagão que impossibilitam a rotação dos circuitos. Estamos trabalhando na reparação de cinco blocos geradores que, uma vez sincronizados, aportarão mais de 500 megawatts", disse.
No entanto, López Valdés também admitiu que a geração distribuída, embora tenha conseguido alcançar até 1.000 MW de disponibilidade técnica, não pode operar de maneira sustentada devido à escassez de diesel.
A falta de combustível continua sendo o maior obstáculo para garantir um fornecimento estável, especialmente nas áreas rurais e em horários críticos.
A este panorama se soma o anúncio de que as termoelétricas Antonio Guiteras (Matanzas) e Felton 1 (Holguín) sairão de serviço nas próximas semanas para manutenção preventiva, o que pode agravar ainda mais a crise nos meses de maior demanda.
O deterioro do sistema energético tem sido o catalisador de novas protestas sociais.
Na quarta-feira, moradores do bairro Micro 9 em Santiago de Cuba tomaram as ruas durante um prolongado apagão, exigindo acesso à eletricidade e alimentos.
"¡Corrente! ¡Comida!", se ouvia nos vídeos que circularam brevemente nas redes antes que o acesso à Internet fosse interrompido na região.
Em Bayamo, na província de Granma, os residentes do bairro Jabaquito bloquearam uma ponte como forma de protesto, enquanto na zona 20 de Siboney também foram registradas concentrações.
A resposta do governo foi imediata: militarização das áreas, bloqueio digital e disseminação de imagens de aparente normalidade por parte de seu aparato de propaganda.
A situação em Cuba se torna cada vez mais insustentável. À medida que o sistema elétrico se desmorona, também o faz a paciência de uma população que enfrenta, em meio a apagões intermináveis, a escassez crônica de alimentos, medicamentos e direitos básicos.
Perguntas frequentes sobre a crise energética em Cuba
Por que persistem os apagões em Cuba?
Os apagões em Cuba persistem devido a um elevado déficit de geração elétrica, que atingiu cifras alarmantes, superando os 1.500 MW em várias ocasiões. Essa situação se deve à falta de investimento em infraestrutura elétrica, escassez de combustível e ao desgaste das unidades geradoras. O governo cubano tem sido incapaz de implementar soluções eficazes para mitigar essa crise que afeta severamente a vida cotidiana dos cidadãos.
Como o déficit de geração elétrica afeta a população cubana?
O déficit na geração de energia elétrica em Cuba afeta a população com apagões prolongados que interrompem serviços essenciais como o abastecimento de água, a conservação de alimentos e o acesso à internet. Esses cortes também impactam negativamente a economia e aumentam o mal-estar social, levando a protestos em várias regiões do país. A falta de eletricidade dificulta a vida cotidiana e gera uma grande frustração entre os cidadãos.
Que medidas o governo cubano tomou para enfrentar a crise energética?
O governo cubano tem tentado enfrentar a crise energética por meio da reparação de unidades geradoras e da incorporação de parques solares fotovoltaicos, mas essas ações têm sido insuficientes. As iniciativas do regime não conseguem compensar o grave déficit energético devido à falta de combustível e ao deterioro da infraestrutura. Além disso, as medidas de controle e a propaganda oficial têm sido criticadas por sua ineficácia e falta de transparência.
Qual tem sido a resposta da população aos apagões em Cuba?
A resposta da população cubana aos apagões tem sido de crescente descontentamento e protestos sociais. Em várias regiões do país, os cidadãos têm saído às ruas para exigir acesso a serviços básicos como eletricidade e alimentos. Essas manifestações foram respondidas pelo governo com medidas de controle e censura, como a interrupção do acesso à internet e a disseminação de propaganda de normalidade.
Arquivado em: