Corte Suprema dos EUA dá luz verde a Trump para demitir sem causa funcionários de agências federais

A Corte Suprema dos EUA autorizou Trump a demitir funcionários de agências federais sem justificativa, o que poderia concentrar mais poder no Executivo e minar a autonomia de órgãos-chave.


Em uma decisão chave que pode redefinir o equilíbrio de poder entre o Executivo e as agências independentes do governo federal, a Corte Suprema dos Estados Unidos decidiu nesta quinta-feira a favor do presidente Donald Trump, concedendo-lhe autoridade para demitir funcionários de agências federais sem a necessidade de justificar causa.

O caso gira em torno da remoção de uma integrante da Junta Nacional de Relações Trabalhistas (NLRB) e de um membro da Junta do Sistema de Mérito (MSPB). Ambas as destituições foram inicialmente bloqueadas por um tribunal de distrito no Distrito de Columbia, ao considerar que violavam estatutos federais que exigem "justa causa" para remover esses funcionários.

No entanto, o mais alto tribunal do país emitiu uma ordem de suspensão, autorizando Trump a prosseguir com as remoções enquanto se resolve o fundo do caso. A decisão foi adotada com uma maioria de 6 votos a favor e 3 contra, com as juízas Sonia Sotomayor, Elena Kagan e Ketanji Brown Jackson em dissenso.

A Corte argumentou que, sob a Constituição, o presidente pode demitir sem justa causa os funcionários que exercem autoridade executiva em seu nome, citando precedentes como Seila Law LLC v. Consumer Financial Protection Bureau (2020).

Embora a decisão ainda não resolva se a NLRB e a MSPB se enquadram formalmente nessas exceções, antecipa que o Governo tem chances de prevalecer em seu argumento de que ambas exercem poder executivo substancial.

Em sua decisão, o tribunal enfatiza que o risco de permitir que um funcionário previamente destituído continue em funções poderia causar mais danos ao Governo do que os danos sofridos por uma remoção indevida.

A decisão gerou reações imediatas no âmbito político. O influenciador de redes sociais de Make America Great Again (MAGA), Gunther Eagleman, celebrou o veredicto nas redes sociais, declarando que “a Suprema Corte acaba de decidir a favor de Trump e está confirmando que ele tem o poder de demitir membros de agências federais. É uma vergonha que os tribunais inferiores tenham tentado usurpar o poder do Poder Executivo!”.

Esta resolução reforça a tese do presidente Trump sobre a necessidade de exercer maior controle sobre o “estado profundo”.

Críticos alertam que a decisão pode minar a autonomia de organismos-chave projetados para agir sem interferências partidárias, como a Comissão Federal de Comércio (FTC) ou a Comissão de Valores Mobiliários (SEC). Para eles, essa vitória legal representa um passo em direção a uma maior concentração de poder nas mãos do Executivo.

A decisão da Corte legitima uma prática que já havia começado meses antes. No mês de fevereiro, a administração Trump havia iniciado o desligamento de trabalhadores federais, amparando-se em um decreto executivo que restaurava elementos da polêmica “Schedule F”, criada durante seu primeiro mandato.

Naquele momento, especialistas alertaram que a medida buscava despolitizar o aparato burocrático, segundo Trump, embora críticos sustentassem que, na verdade, pretendia purgar o governo de vozes dissidentes e consolidar um ambiente de lealdade incondicional ao presidente.

No entanto, em 12 de maio, uma juíza federal em Washington D.C. tentou bloquear temporariamente esse plano de demissões em massa, alertando que poderiam ser inconstitucionais e gerar um clima de represálias políticas dentro do aparato estatal.

Perguntas frequentes sobre a decisão da Suprema Corte e o poder de demissão de Trump

Que decisão tomou a Suprema Corte sobre o poder de demissão de Trump?

A Corte Suprema permitiu que Trump demitisse membros de agências federais sem a necessidade de justificar causa. Esta decisão confere ao presidente maior controle sobre as agências independentes, permitindo-lhe remover funcionários que exercem autoridade executiva em seu nome.

Quais são as implicações dessa decisão para as agências federais?

A decisão pode minar a autonomia de organismos-chave projetados para agir sem interferências partidárias, como a Comissão Federal de Comércio (FTC) ou a Comissão de Valores Mobiliários (SEC). Críticos alertam sobre uma maior concentração de poder nas mãos do Executivo.

Quais antecedentes e decisões judiciais influenciaram esta decisão?

O acórdão cita precedentes como Seila Law LLC v. Consumer Financial Protection Bureau (2020). A Corte Suprema argumentou que a Constituição permite ao presidente remover sem justificativa funcionários que exercem autoridade executiva em seu nome.

Que reação essa decisão gerou no âmbito político?

A decisão gerou reações imediatas no âmbito político. Alguns defensores de Trump, como o influenciador Gunther Eagleman, celebram a decisão como uma vitória para o poder executivo, enquanto críticos alertam sobre os riscos de uma maior concentração de poder nas mãos do presidente.

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