Villa Clara: até 19 horas sem eletricidade sob nova estratégia de apagões

A Empresa Elétrica de Villa Clara anunciou uma reorganização do serviço, por blocos, com apenas cinco horas de eletricidade por dia. Embora prometa "equidade e proteção", o novo esquema confirma o colapso estrutural do sistema elétrico no país.


A Empresa Eléctrica de Villa Clara anunciou nesta segunda-feira uma nova estratégia de planejamento de apagões que, longe de aliviar a situação energética na província, oficializa cortes de eletricidade de até 19 horas diárias para grande parte da população.

Segundo o novo esquema, os circuitos elétricos foram reorganizados em 11 blocos com turnos rotativos de cortes de energia, onde alguns terão apenas cinco horas de eletricidade por dia.

A medida responde ao “cenário crítico” de déficit de geração que o país enfrenta, afirma a página de Facebook da entidade estatal.

Captura do Facebook/Empresa Elétrica Villa Clara

Seis desses blocos serão operados a partir de subestações com serviços elétricos em dois segmentos (turnos de três e duas horas com luz), enquanto os cinco restantes dependerão da intervenção direta de carros de guarda com uma faixa única de cinco horas com o serviço.

O sistema inclui algumas exceções: os circuitos considerados prioritários, como hospitais, aquedutos e aqueles relacionados à colheita, os quais serão protegidos durante seus horários críticos. Na mesma categoria estão os associados à Derivada de Frequência (DFDT), essenciais para a estabilidade do sistema elétrico nacional, que manterão uma carga mínima de 10 megawatts (MW), informou a informação.

Em outro post, a empresa elétrica de Villa Clara alertou que os horários poderiam mudar se a disponibilidade nacional melhorar, embora não ofereça garantias reais de estabilidade. Enquanto isso, as faixas brancas no gráfico oficial - que indicam os períodos sem eletricidade - cobrem a maior parte do dia.

Captura do Facebook/Empresa Elétrica Villa Clara

Segundo as autoridades, o novo padrão de planejamento foi elaborado “para equilibrar a demanda, proteger processos essenciais e garantir maior equidade no serviço.”

Mas o panorama que se apresenta está longe de ser uma solução: confirma a deterioração do sistema elétrico, a incapacidade de manter uma cobertura básica de serviços e a crescente precariedade energética que afeta as famílias cubanas.

Na prática, este plano representa uma profundização do apagão estrutural que o país já enfrenta, e obriga a população a reorganizar sua vida sob uma lógica de sobrevivência elétrica, onde as horas com eletricidade são uma exceção.

Há uma semana, as autoridades de Matanzas, a segunda província que consome mais eletricidade em Cuba, anunciaram o aumento do “máximo apagável” no território de 9,3% para 10% da afetacão total nacional, uma decisão que confirmou a agudização da crise energética no país.

Cuba amanheceu nesta terça-feira mergulhada em uma grave situação energética, após um dia completo de apagões ininterruptos que se estenderam também durante toda a madrugada.

Embora se preveja a entrada em operação da unidade 3 de Santa Cruz del Norte, em Mayabeque, com 70 MW, a UNE previu um déficit de 1.440 MW para o pico noturno, com uma afetação estimada de 1.510 MW nesse horário.

No dia primeiro de maio, o regime cubano ofereceu uma "milagrosa" trégua elétrica para dar uma imagem de estabilidade durante os atos pelo Dia Internacional dos Trabalhadores. Mas o alívio artificial durou pouco. Mal no dia seguinte, os apagões retornaram com força, prolongando-se por horas e abrangendo grandes áreas do país.

A menos de um mês para o início oficial do verão, o panorama continua sendo crítico, e as autoridades insistem em seu discurso de promessas vagas e vazias, enquanto a população continua enfrentando amplos e frequentes apagões em todo o país.

A “estratégia” do governo de Miguel Díaz-Canel de programar apagões ao longo do ano para realizar manutenção e resolver falhas nas termelétricas, com o objetivo de mantê-las em pleno rendimento no verão, quando o consumo no país dispara, continua sem dar resultados.

Segundo o jornal oficial Granma, o regime está trabalhando em uma estratégia “gradual” para recuperar o sistema elétrico, embora os próprios funcionários do Ministério de Energia e Minas (Minem) reconheçam que, a curto prazo, os apagões não vão diminuir e que para este verão planejam reduzi-los para “apenas” quatro horas diárias.

No obstante, um recente vídeo mostra Santiago de Cuba em apagão enquanto hotéis permanecem iluminados, refletindo a política do regime que prioriza o turismo em detrimento das necessidades básicas da população.

Perguntas frequentes sobre a crise energética em Villa Clara e Cuba

Quanto tempo pode durar um apagão em Villa Clara segundo a nova estratégia?

A nova estratégia de apagões em Villa Clara contempla cortes de até 19 horas diárias para certos blocos da província. Este esquema faz parte de uma medida para enfrentar o déficit de geração energética em Cuba.

Como são organizados os apagões em Villa Clara?

Em Villa Clara, os apagões são organizados em 11 blocos com turnos rotativos, onde alguns terão apenas cinco horas de eletricidade por dia. Seis blocos serão geridos por subestações, enquanto os outros cinco dependerão de intervenção direta para receber eletricidade em uma faixa única de cinco horas.

Quais são os circuitos prioritários que não sofrerão apagões em Villa Clara?

Os circuitos considerados prioritários, como aqueles que abastecem hospitais, aquedutos e a safra, estarão protegidos durante seus horários críticos. Também se protegem circuitos associados à Derivada de Frequência, essenciais para a estabilidade do sistema elétrico nacional.

O que as autoridades cubanas esperam em relação à melhoria da situação energética?

Embora as autoridades tenham mencionado a possibilidade de mudanças nos horários se a disponibilidade nacional melhorar, não oferecem garantias reais de estabilidade. De forma geral, o regime cubano falhou em oferecer soluções eficazes para a crise energética, deixando a população em uma situação crítica.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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