A FEU "estica o chiclete" e anuncia relatório sobre o diálogo com a ETECSA

A FEU promete um relatório sobre suas reuniões com a ETECSA após a paralisação estudantil em rejeição ao aumento das tarifas de internet.

Bandeira da FEUFoto © Facebook FEU

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A Federação Estudantil Universitária (FEU) anunciou que apresentará um “relatório detalhado” de suas reuniões com a Empresa de Telecomunicações de Cuba (ETECSA), em uma tentativa evidente de acalmar os ânimos entre os estudantes, após a rejeição em massa ao aumento das tarifas de internet no país.

No entanto, o comunicado emitido até agora pela organização não passa de uma coleção de frases vazias, sem medidas concretas nem resultados verificáveis.

Facebook FEU de Cuba

“A labor do Grupo Multidisciplinar da FEU de Cuba na ETECSA não para”, assegura o texto divulgado por meios oficialistas, no qual são enumeradas supostas análises e propostas realizadas por subgrupos de operações, comunicação e área comercial.

Entre os pontos abordados, incluem-se questões tão genéricas como a “complexidade do funcionamento da rede móvel” ou a “avaliação de conceitos do plano intermediário”, sem que sejam apresentadas soluções reais ou compromissos verificáveis por parte da empresa estatal.

A medida faz parte de uma estratégia de contenção elaborada pelas autoridades, após a onda de críticas gerada pelo recente "tarifazo" nos pacotes de dados móveis.

Na semana passada, a Faculdade de Matemática e Computação (MATCOM) da Universidade de Havana desconvocou a paralisação docente iniciada em 4 de junho, após receber compromissos concretos por parte do Ministério da Educação Superior e da Empresa de Telecomunicações de Cuba (ETECSA).

Posteriormente, foi formado na Universidade Tecnológica de Havana (CUJAE) um “Grupo Multidisciplinar” composto por 30 estudantes de diferentes universidades do país, cuja missão seria propor ideias e canalizar preocupações internamente na ETECSA.

A imprensa oficial encarregada de cobrir o ato apresentou a iniciativa como uma demonstração do “compromisso revolucionário” dos estudantes e da suposta vontade de diálogo por parte da empresa.

No obstante, desde o mesmo anúncio, ficou claro que ETECSA não tem a intenção de modificar sua política de preços, justificando os altos custos em seu “modelo econômico”.

Nesse contexto, o grupo de trabalho promovido pela FEU parece mais um mecanismo de distração do que uma ferramenta efetiva de representação estudantil. Enquanto isso, a maioria dos universitários continua enfrentando sérias dificuldades para acessar a internet, em um país onde a conectividade ainda é um luxo e não um direito.

O relatório prometido pela FEU, que será discutido nos conselhos universitários, chega com o sabor amargo da impotência: muitas palavras, poucas ações e zero soluções até o momento.

Perguntas frequentes sobre o conflito entre a FEU e a ETECSA em Cuba

Qual é o principal motivo do conflito entre os estudantes e a ETECSA?

O conflito surge pelo aumento das tarifas de internet imposto pela Empresa de Telecomunicações de Cuba (ETECSA), que limita o acesso à internet em um país onde a conectividade é considerada um luxo. Essa medida provocou uma rejeição generalizada entre os estudantes universitários, que consideram que o "tarifazo" afeta seu direito à informação e à educação.

Que ações os estudantes tomaram em resposta às tarifas da ETECSA?

Os estudantes convocaram greves acadêmicas em protesto contra as medidas da ETECSA. Faculdades como Matemática e Computação da Universidade de La Habana mantiveram uma paralisação docente indefinida, exigindo a revogação das medidas e um diálogo transparente com as autoridades. Os estudantes demandam soluções que atendam às necessidades do povo cubano, e foram apoiados por várias faculdades e professores.

Como a FEU respondeu às críticas sobre sua gestão desse conflito?

A Federação Estudantil Universitária (FEU) tem recebido críticas por sua aliança com o regime e sua falta de ação efetiva. Está sendo acusada de agir como um braço político do Partido Comunista, e de não representar verdadeiramente os interesses dos estudantes. Em resposta às críticas, a FEU tem tentado manter uma postura de diálogo, mas muitos estudantes consideram que suas ações são insuficientes e simbólicas.

Qual é o papel do governo cubano na situação com a ETECSA?

O governo cubano justificou o aumento das tarifas da ETECSA como uma necessidade econômica, enquanto os estudantes o veem como uma punição adicional. A falta de vontade do governo para reverter as tarifas reforça a percepção de que iniciativas como as do grupo multidisciplinar da FEU são mais uma tentativa de distração do que uma solução real.

Qual é a postura da ETECSA diante das protestas estudantis?

ETECSA manteve sua decisão de não modificar as tarifas, justificando-as em seu modelo econômico. A empresa fechou todas as portas para revisões significativas, restringindo-se a justificar os aumentos pelos custos de operação e pela suposta necessidade de "sustentabilidade". As respostas da ETECSA não foram suficientes para acalmar o descontentamento estudantil.

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