Trump se prepara para impor tarifas mais agressivas: inclui imposto de importação

A data escolhida para o anúncio, batizada por Trump de “Dia da Libertação”, reflete a carga simbólica que o mandatário pretende atribuir a este novo capítulo de sua política comercial.

Donald Trump assinando uma ordem executiva (Imagem de referência)Foto © X/A Casa Branca

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O presidente Donald Trump está se preparando para anunciar nesta quarta-feira, 2 de abril, um novo pacote de tarifas comerciais mais agressivas, que pode incluir um imposto aduaneiro generalizado de 20% sobre todas as importações para os Estados Unidos, de acordo com o The Wall Street Journal.

A medida marcaria um giro drástico em relação às propostas iniciais centradas em países com superávit comercial e aumentaria a incerteza econômica global. De fato, as discussões dentro de sua equipe se intensificaram nas últimas horas para definir o alcance e o formato exato dessas taxas.

Uma das opções mais debatidas é se será aplicada uma tarifa geral a todos os parceiros comerciais ou se será limitada a uma lista de países com os maiores superávits em relação aos EUA, que o próprio Trump chamou de “15 sujos”.

Uma medida "grande e simples" para o chamado "Dia da libertação"

A data escolhida para o anúncio, batizada por Trump como o “Dia da Libertação”, reflete a carga simbólica que o mandatário pretende dar a este novo capítulo de sua política comercial.

Um alto funcionário citado pelo The Wall Street Journal afirmou que Trump busca apresentar algo “grande e simples”, em sintonia com sua narrativa de reconstrução do aparato industrial americano.

A possibilidade de aplicar uma tarifa de 20% a todas as importações romperia com a estratégia sugerida pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, que tem promovido uma abordagem mais direcionada contra os países com maior vantagem comercial sobre os EUA, segundo a agência EFE.

Durante a última semana de março, Trump impos um imposto de 25% sobre todos os automóveis fabricados fora do país, em uma medida que qualificou como histórica para proteger a indústria automotiva nacional e reduzir a dependência de importações.

Mercados nervosos diante de sinais contraditórios

Enquanto Trump afirma que será "mais generoso" com os países que considera aliados, ele também pediu à sua equipe uma postura mais dura e expansiva, o que gerou sinais contraditórios que começaram a impactar os mercados financeiros globais.

As bolsas asiáticas e europeias abriram esta segunda-feira com quedas generalizadas, enquanto os principais índices de Wall Street, como o Nasdaq e o S&P 500, também começaram o dia em baixa, refletindo a preocupação com a possibilidade de uma guerra comercial ampliada.

Além disso, as principais companhias aéreas e redes hoteleiras dos Estados Unidos estão entre as primeiras afetadas pelas medidas econômicas e migratórias adotadas pelo novo governo de Donald Trump.

A imposição de novas tarifas, a incerteza sobre o comércio internacional e o endurecimento dos controles fronteiriços estão provocando uma queda na demanda por viagens e um forte impacto no setor turístico.

Impacto potencial global

Se for estabelecida uma tarifa uniforme de 20% para todas as importações, o efeito seria global e profundo: abrangendo desde bens de consumo até matérias-primas, passando por setores-chave como o automobilístico, a tecnologia e a agroindústria.

Além disso, a medida poderia gerar represálias comerciais por parte de outros países, comprometendo ainda mais a estabilidade das cadeias de suprimento internacionais em um contexto já sensível devido aos conflitos geopolíticos e à desaceleração do crescimento mundial.

Trump receberá nesta terça-feira um relatório detalhado sobre os principais parceiros comerciais dos EUA., e espera-se que esse documento sirva de base para a decisão final que será anunciada na quarta-feira.

Perguntas frequentes sobre as novas tarifas de Trump

Quais mudanças Donald Trump propõe nas tarifas de importação para os Estados Unidos?

O presidente Donald Trump planeja anunciar uma tarifa geral de 20% sobre todas as importações para os Estados Unidos. Essa medida representa uma mudança drástica em relação à sua abordagem anterior, que se concentrava principalmente em países com superávit comercial. A decisão busca reduzir a dependência de importações e fortalecer a indústria nacional.

Como esses tarifas afetarão a economia global?

Se implementar um imposto de 20% sobre todas as importações, o impacto seria global e significativo: afetaria desde bens de consumo até setores-chave como o automotivo, a tecnologia e a agroindústria. Além disso, é provável que outros países respondam com retaliações comerciais, o que poderia desestabilizar ainda mais as cadeias de suprimento internacionais.

Quais são as possíveis repercussões para o setor automotivo?

O setor automotivo já enfrenta uma tarifa de 25% sobre os automóveis importados, medida que entrará em vigor no dia 2 de abril. Isso pode levar a um aumento nos preços dos veículos e gerar incerteza no mercado. As principais empresas automobilísticas demonstraram preocupação, uma vez que transferir a produção para os Estados Unidos não é viável a curto prazo.

Quais setores poderiam ser mais afetados pelas tarifas de Trump?

Os setores automotivo, tecnológico e agroindustrial estão entre os mais vulneráveis. O aumento das tarifas pode encarecer produtos essenciais e componentes, afetando tanto fabricantes quanto consumidores. Além disso, espera-se um aumento nos custos de produtos agrícolas, eletrônicos e veículos, devido à dependência de importações.

Que postura Trump adotou em relação aos países aliados e aos principais parceiros comerciais dos EUA?

Trump declarou que será "mais generoso" com os países que considera aliados, mas ao mesmo tempo pediu à sua equipe que adote uma postura mais dura e expansiva. Isso gerou sinais contraditórios que estão começando a impactar os mercados financeiros globais. Os países mais afetados até agora incluem México, Canadá e China, que já advertiram sobre possíveis represálias.

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