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Uma polêmica placa publicitária colocada na plena estrada Palmetto, em Miami, acusa de “traidores” os políticos cubano-americanos do sul da Flórida, por não apoiarem a comunidade imigrante diante das severas políticas migratórias implementadas durante a administração de Donald Trump.
A imagem do cartel, compartilhada em Facebook pelo jornalista cubano Javier Díaz, mostra os rostos, em preto e branco, do atual secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, dos representantes americanos María Elvira Salazar, Carlos Giménez e Mario Díaz-Balart.
Todos aparecem sobre um fundo vermelho, acompanhados pela palavra "TRAITORS" (traidores), em letras maiúsculas brancas.
Debajo, a mensagem termina com uma tríplice acusação: “Aos imigrantes. A Miami-Dade. Ao sonho americano.”
Na parte inferior do cartaz, lê-se a mensagem “Protect TPS / Protejam TPS” (Estatus de Proteção Temporária), acompanhada da bandeira da Venezuela, reforçando a denúncia sobre o aparente desinteresse ou rejeição dos aludidos em manter essa política migratória humanitária.
“Publicam um outdoor na rodovia Palmetto catalogando de traidores os políticos cubano-americanos do sul da Flórida porque supostamente não têm apoiado os imigrantes nas atuais políticas da administração Trump. Veremos por quanto tempo ele permanecerá e se não será retirado antes que o prazo publicitário termine”, escreveu Javier Díaz ao publicar a imagem nas redes sociais.
Segundo o reportado por El Nuevo Herald, a faixa faz parte de uma campanha promovida pelo Caucus Hispano Demócrata do Condado Miami-Dade, uma organização relacionada ao Partido Democrata, que denuncia a inação e o silêncio desses líderes republicanos diante das recentes medidas de Trump.
“Marco Rubio, María Elvira Salazar, Carlos Giménez e Mario Díaz-Balart nos deram as costas”, afirmou Abel S. Delgado, presidente do caucus.
“Em vez de defender nossas famílias, eles permaneceram em silêncio enquanto as comunidades imigrantes são atacadas, detidas e deportadas.”
A ação publicitária chega em um momento em que o presidente Trump reativou medidas extremas de controle migratório, incluindo o uso de uma antiga lei de guerra para enviar centenas de supostos pandilheiros a uma prisão em El Salvador.
Além disso, mais de meio milhão de migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela enfrentam a perda de seu status legal após o anúncio de que serão eliminados programas de liberdade condicional e que o TPS será limitado, parte de um esforço sistemático para desmantelar as proteções migratórias estabelecidas durante o governo de Biden.
O caucus aponta especialmente contra María Elvira Salazar, acusando-a de atribuir ao governo de Trump a extensão do TPS para os venezuelanos, uma medida que, segundo o bloco democrata, foi ordenada por um tribunal, e não promovida por legisladores republicanos.
“Esta vitória pertence aos defensores dos direitos dos imigrantes, aos defensores legais e ao sistema judiciário federal, não aos políticos que facilitam os ataques”, expressou María Corina Vegas, membro da diretoria do caucus.
Vegas não se conteve: “Esta ‘Banda de los Cuatro’ mente e trai uma comunidade que confiou neles. Como venezuelano-americano que viu meu país cair na ditadura, vejo os sinais de alerta. Sua cumplicidade é vergonhosa.”
Em resposta, Salazar declarou ao Miami Herald, através de seu porta-voz: “Ninguém no Congresso dos Estados Unidos lutou mais do que eu pelos venezuelanos, cubanos e nicaraguenses que fogem da ditadura. Isso é propaganda barata ao estilo castrista”.
Por sua parte, os porta-vozes de Carlos Giménez, Mario Díaz-Balart e Marco Rubio não responderam aos pedidos de comentários feitos pelo portal citado.
Não é a primeira vez que uma placa gera polêmica na política do sul da Flórida. Durante a última campanha presidencial, uma placa em Miami comparou Trump a Fidel Castro, o que provocou a ira de seus simpatizantes. Aquela foi retirada dias depois, após uma queixa direta de Salazar à empresa de publicidade.
Desde o Caucus Hispano Democrata de Miami-Dade, asseguram que esta é apenas a primeira fase de uma campanha que busca mobilizar o eleitorado hispano do condado, em um território onde os republicanos têm ganhado espaço nos últimos anos.
Embora não tenham sido dados detalhes, prometem que a estratégia irá além da publicidade nas rodovias, destacou El Nuevo Herald.
Perguntas frequentes sobre a polêmica placa publicitária em Miami e seu impacto na comunidade cubano-americana
Por que foi colocada uma placa publicitária em Miami acusando de traidores políticos cubano-americanos?
A cerca acusa políticos cubano-americanos de não apoiar a comunidade imigrante frente às políticas migratórias rígidas da administração de Donald Trump. A iniciativa foi promovida pelo Caucus Hispano Democrata do Condado de Miami-Dade, que critica a inação desses líderes republicanos.
Quem são os políticos mencionados na placa publicitária de Miami?
A placa exibe os rostos do secretário de Estado Marco Rubio e dos representantes americanos María Elvira Salazar, Carlos Giménez e Mario Díaz-Balart. Estes políticos são acusados de traição aos imigrantes e de não defender adequadamente seus direitos frente às medidas migratórias de Trump.
O que é o TPS e por que é relevante nesta controvérsia?
O Estatuto de Proteção Temporal (TPS) é um programa que oferece proteção a imigrantes de países em crise. Neste caso, a cerca reforça a crítica aos políticos cubano-americanos por não defenderem a extensão do TPS para venezuelanos, o que afeta milhares de pessoas que podem enfrentar a deportação.
Como os políticos cubano-americanos têm respondido às acusações relacionadas ao muro?
Até o momento, apenas María Elvira Salazar respondeu publicamente, qualificando o outdoor de "propaganda barata" e defendendo seu histórico de apoio aos imigrantes. Os porta-vozes de Carlos Giménez, Mario Díaz-Balart e Marco Rubio não emitiram comentários a respeito das acusações.
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