Donald Trump anuncia que levantará as sanções dos EUA contra a Síria

Donald Trump planeja levantar sanções à Síria após o colapso do regime de Assad.


Em uma reviravolta inesperada na política externa dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump anunciou nesta terça-feira que ordenará o levantamento das sanções contra a Síria, no que descreveu como uma tentativa de “dar uma chance à paz e à grandeza” ao país árabe, agora governado por uma nova liderança após o colapso do regime de Bashar al-Assad.

“Ordenarei a suspensão das sanções contra a Síria para dar-lhes uma oportunidade de serem grandes”, disse Trump, enquanto recebia uma ovação de pé por parte do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e outros dignitários durante um ato oficial em Riad.

Revelou, além disso, que na quarta-feira se reunirá na Arábia Saudita com o novo presidente sírio, Ahmad al-Sharaa, ex-líder insurgente que no ano passado comandou a ofensiva que derrubou Assad e pôs fim a mais de cinco décadas de poder da família.

A decisão do mandatário americano de se aproximar de Damasco foi, segundo ele, motivada pelos esforços do próprio bin Salman e de seu homólogo turco Recep Tayyip Erdogan.

"Há um novo governo que, com sorte, terá sucesso. Boa sorte, Síria. Mostrem-nos algo especial", declarou Trump.

A figura de Ahmad al-Sharaa, também conhecido por seu apelido de guerra Abu Mohammed al-Golani, gerou controvérsia a nível internacional.

Excombatente da al-Qaeda durante a insurgência no Iraque, al-Sharaa foi, em seu tempo, um dos homens mais procurados por Washington, com uma recompensa de 10 milhões de dólares por informações sobre seu paradeiro.

Mais tarde, liderou o grupo extremista Frente al-Nusra, que evoluiu para a atual Hayat Tahrir al-Sham (HTS), organização que abandonou publicamente seus vínculos com a al-Qaeda.

Após o início da guerra civil síria em 2011, al-Sharaa consolidou seu poder no norte do país e, em dezembro de 2024, liderou uma ofensiva que culminou com a conquista de Damasco e a queda do regime de Assad.

Foi nomeado presidente em janeiro de 2025, tornando-se o primeiro chefe de Estado sírio em mais de duas décadas a se reunir com um presidente americano, desde que Hafez al-Assad encontrou Bill Clinton em Genebra no ano de 2002.

A decisão de Trump marca uma ruptura com a política americana das últimas décadas em relação à Síria e tensiona as relações com aliados como Israel, que manifestou sua profunda preocupação com os antecedentes extremistas de al-Sharaa.

No entanto, líderes do Golfo Pérsico, incluindo a Arábia Saudita e a Turquia, têm apoiado firmemente o novo governo sírio, vendo-o como um contrapeso essencial para frear a influência iraniana na região, debilitada após a queda de Assad.

“Os encontros sírio-americanos em Riad abrem a porta para discutir as diferenças em um clima de diálogo”, afirmou o analista sírio Ibrahim Hamidi, de Londres, em declarações à agência AP.

“Isso representa uma mudança estratégica importante”, sublinhou.

Perguntas frequentes sobre a suspensão das sanções dos EUA à Síria e suas implicações

Por que Donald Trump decidiu levantar as sanções dos EUA contra a Síria?

Donald Trump anunciou sua decisão de suspender as sanções contra a Síria como parte de uma tentativa de "dar uma oportunidade à paz e à grandeza" ao país árabe após o colapso do regime de Bashar al-Assad. Trump busca apoiar a nova liderança do presidente Ahmad al-Sharaa, que tem o apoio de líderes como o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

Quem é Ahmad al-Sharaa, o novo presidente da Síria?

Ahmad al-Sharaa, também conhecido como Abu Mohammed al-Golani, é o novo presidente da Síria. Ele foi um ex-líder insurgente que comandou a ofensiva que derrubou Bashar al-Assad, pondo fim a mais de cinco décadas de poder da família Assad. Anteriormente, liderou o grupo extremista Frente al-Nusra, que se tornou Hayat Tahrir al-Sham, e abandonou publicamente seus vínculos com a al-Qaeda.

Como o colapso do regime de Assad afeta países como Cuba, Irã e Rússia?

O colapso do regime de Assad representa um duro golpe para seus aliados, especialmente Cuba, Irã e Rússia. Cuba perde um aliado crucial para sua política exterior, enquanto Rússia e Irã veem comprometida sua influência estratégica no Oriente Médio. Ambos os países haviam sido pilares militares fundamentais para o regime sírio durante anos.

Quais foram as reações dos aliados dos EUA em relação à suspensão das sanções à Síria?

A decisão de Trump de levantar as sanções à Síria gerou tensões com aliados como Israel, que expressou preocupação com os antecedentes extremistas de Ahmad al-Sharaa. No entanto, líderes do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita e a Turquia, têm apoiado firmemente o novo governo sírio, vendo-o como um contrapeso para conter a influência iraniana na região.

Qual é o impacto geopolítico da aproximação dos EUA à Síria após a queda de Assad?

O aproximamento dos EUA à Síria após a queda de Assad marca uma mudança estratégica importante na política do Oriente Médio. Essa decisão pode reconfigurar o tabuleiro geopolítico da região e representa um dos movimentos diplomáticos mais audaciosos do ex-presidente Trump. Ainda não houve reconhecimento oficial do novo governo sírio por parte da administração de Joe Biden, mas o anúncio de Trump sugere uma mudança de rumo iminente.

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