¿Congrí ou moros e cristãos? Este arroz cubano provoca uma guerra no TikTok

A cozinheira cubana Kare tem gerado polêmica nas redes por chamar de "congrí" um prato que alguns consideram "moros e cristianos". A diferença está no tipo de feijão utilizado.

Karen, cozinheira cubana no Texas.Foto © TikTok @elrincondekare

A cozinheira cubana Kare, conhecida no TikTok como El Rincón de Kare (@elrincondekare), tem sido alvo de críticas nas redes sociais por uma questão que desperta paixões em Cuba: o arroz congrí.

En seus vídeos, gravados de Dallas, Texas, Kare mostra como prepara sua receita de arroz congrí ao estilo oriental, cheia de sabor e finalizada no forno, mas o que tem incomodado alguns usuários não é a elaboração, e sim o nome do prato.

“Isso não é congrí, isso é moros y cristianos”, insistem em escrever. E o debate volta à cena: qual é o verdadeiro nome desse arroz típico cubano?

Congrí ou moros e cristianos?

Em Cuba, não é a mesma coisa arroz com feijão que congrí. O arroz com feijão é arroz branco servido com feijão à parte, cada um é elaborado em seu próprio caldeirão. Em contrapartida, o "congrí" e os "moros e cristãos" são pratos onde o arroz é cozido junto com os feijões e os temperos.

Do ponto de vista técnico, os chefs cubanos apontam que a diferença fundamental está no tipo de grão de feijão que é utilizado:

No entanto, o Dicionário de Americanismos reconhece que a palavra congrí significa "arroz com feijão preto ou vermelho".

Um prato com história

O nome "moros y cristianos" tem uma origem espanhola. Durante séculos passados, os povos árabes —chamados de mouros— ocuparam a península ibérica. Quando foram expulsos pelos cristãos, essa mistura cultural e visual permaneceu, inspirando mais tarde o nome do prato: duas cores, dois ingredientes, uma história.

Por sua vez, o termo "congrí" vem do oriente cubano e tem raízes africanas e haitianas. Seu nome mescla “congó” (feijão em língua africana) e “riz” (arroz em francês). É uma receita muito comum em províncias como Holguín, Santiago ou Granma.

Os cubanos, com o passar do tempo, começaram a chamar congrí os dois tipos de preparações. O nome "moros y cristianos" é cada vez menos utilizado, mas possui muitos defensores nas redes sociais.

Kare já tem cerca de 30 mil seguidores no TikTok e decidiu encerrar o debate com poucas palavras: "Eu chamo de congrí e não pretendo mudar o nome".

Perguntas frequentes sobre o arroz congri e sua relevância na cultura cubana

Qual é a diferença entre o congrí e os moros e cristãos?

A principal diferença entre o congrí e os moros y cristianos reside no tipo de feijão utilizado. O congrí é preparado com feijões vermelhos, enquanto os moros y cristianos são feitos com feijões pretos. Ambos os pratos combinam arroz e feijões cozidos juntos com temperos, mas o nome varia de acordo com o tipo de feijão. Em Cuba, embora sejam usados de forma intercambiável, essa distinção é importante para aqueles que compreendem a gastronomia local.

Por que se gerou um debate em torno do nome do arroz congrí?

O debate surge porque, ao longo do tempo, os cubanos começaram a utilizar o termo "congrí" para se referir a ambas as preparações, o que gerou confusão. O debate se intensificou quando Kare, uma cozinheira cubana no TikTok, usou o termo congrí para descrever sua receita com feijões vermelhos, o que provocou comentários de usuários que insistiam que essa denominação estava incorreta para o prato que ela mostrava.

O que caracteriza a receita de congrí de Kare no TikTok?

A receita de congrí de Kare se destaca pelo seu método de cozimento final no forno. Depois de cozinhar o arroz e os feijões com os temperos, Kare mexe o arroz das bordas para o centro e cobre a panela com papel alumínio para levá-la ao forno por alguns minutos. Esse processo potencializa o sabor e solta melhor o congrí, o que conquistou seus seguidores nas redes sociais.

Qual é a origem do nome "moros e cristãos"?

O nome "moros y cristianos" tem uma origem espanhola. Refere-se à longa coexistência e posterior expulsão dos árabes, chamados de mouros, da Península Ibérica pelos cristãos. Essa mistura cultural e visual de duas cores e ingredientes simboliza a história compartilhada, que inspirou o nome do prato que combina arroz e feijão preto.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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