A decisão do governo dos Estados Unidos de negar o asilo e ordenar a deportação da ex-juíza cubana Melody González Pedraza gerou uma onda de reações entre políticos cubano-americanos, que celebraram a medida como uma vitória para a justiça e um passo firme contra a impunidade dos represores do regime cubano.
A congressista republicana María Elvira Salazar expressou com veemência seu apoio à decisão migratória.
“Fora dos Estados Unidos os esbirros do castrismo! Não vamos permitir que os cúmplices da ditadura cubana se escondam entre aqueles que realmente fugiram de sua repressão. Este é apenas o começo. Hoje, os reprimidos por esta cúmplice do castrismo recebem um pouco de justiça. Zero refúgio para os algozes do regime”, escreveu em sua conta oficial no X.
Por sua parte, o também congressista da Flórida Carlos A. Giménez publicou que era uma boa notícia.
“#SOSCuba Boas notícias! A juíza repressora Melody González, que sentenciou opositores e ativistas dos direitos humanos em #Cuba, será devolvida à ilha como a capanga que sempre foi. Esses canalhas não têm espaço nos EUA!”, sublinhou.
A decisão foi confirmada pelo sistema automatizado do Escritório Executivo de Revisão de Imigração (EOIR).
Um juiz de imigração em Pompano Beach, Flórida, decidiu em 21 de maio que Melody González Pedraza deve deixar o país, após um longo e polêmico processo sobre seu status migratório.
A ex-juíza chegou ao país com um visto humanitário em junho do ano passado, mas foi detida ao chegar ao aeroporto de Tampa. Desde então, esteve envolvida em um processo no qual solicitou asilo, alegando temor de perseguição se retornasse a Cuba.
No entanto, seu histórico como funcionária do sistema judiciário cubano, onde supostamente condenou sem garantias processuais vários opositores, foi decisivo para que o juiz negasse seu pedido.
González tem até 20 de junho para apelar da ordem perante o Tribunal de Apelações de Imigração (BIA).
A notícia foi recebida com alívio por exilados e vítimas da repressão cubana. Samuel Rodríguez, ativista radicado nos EUA e uma das pessoas que afirma ter sido vítima direta de González, declarou nas redes sociais que “o asilo é merecido pelos reprimidos, não pelos repressores. Hoje, fez-se justiça neste grande país.”
Em uma transmissão ao vivo, Rodríguez opinou que a ex-juíza tem poucas chances de reverter a decisão no processo de apelação.
Melody González atuou como juíza penal em Cuba e foi apontada por sua participação em julgamentos políticos nos quais, segundo organizações de direitos humanos, proferiu sentenças sob pressão do Partido Comunista e da Segurança do Estado.
Testemunhos e relatórios a vinculam com a condenação de quatro jovens por atentado, sem provas conclusivas, que continuam na prisão.
Embora a ex-juíza tenha admitido ter agido sob pressões políticas, não apresentou sinais públicos de arrependimento.
O caso de González Pedraza se junta a uma série de situações similares em que ex-funcionários do regime cubano tentam se estabelecer nos EUA, ocultando seu histórico como colaboradores do aparato repressivo.
A pressão sobre as autoridades migratórias aumentou, exigindo maior controle e verificação de antecedentes.
O advogado Wilfredo Allen, citado pelo Martí Noticias, alertou que se a apelação for negada ou não for apresentada, a ex-juíza será deportada forçosamente e ficará sem recursos legais para permanecer no país.
Perguntas frequentes sobre a deportação da ex-juíza cubana Melody González
Por que se ordenou a deportação de Melody González?
A deportação de Melody González foi ordenada devido ao seu histórico como juíza em Cuba, onde supostamente participou de julgamentos políticos sem garantias processuais, condenando opositores do regime. Seu pedido de asilo nos Estados Unidos foi negado, uma vez que seu passado como funcionária repressiva foi decisivo na decisão do juiz de imigração.
Quais reações a ordem de deportação provocou entre os políticos cubano-americanos?
A ordem de deportação de Melody González foi celebrada por políticos cubano-americanos como María Elvira Salazar e Carlos A. Giménez, que consideraram a medida como um passo firme contra a impunidade dos repressors do regime cubano. Ambos os congressistas expressaram que os colaboradores do castrismo não devem encontrar refúgio nos Estados Unidos.
Melody González pode apelar da decisão de deportação?
Melody González tem a opção de apelar da ordem de deportação perante a Junta de Apelações de Imigração (BIA) antes de 20 de junho. Se a apelação for negada ou não for apresentada, ela enfrentará uma deportação forçada e ficará sem recursos legais para permanecer nos Estados Unidos.
Quais ações os exilados cubanos tomaram em relação a Melody González?
Os exilados cubanos reagiram com alívio à decisão de deportação de Melody González, considerando-a uma forma de justiça para as vítimas da repressão em Cuba. Ativistas como Samuel Rodríguez ressaltaram que o asilo deve ser para os reprimidos, não para os repressore. Eles demonstraram ceticismo sobre as possibilidades de sucesso em sua apelação.
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